Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2009

A Dança

Imagem
Se um dia me perguntarem o que mais me faz falta nessa vida de estudante, eu insistentemente responderei: A dança. Dentre tudo o que tive que abrir mão, dentre as distâncias que tive que suportar, a mais doída, a que não teve volta, foi a dança. Quando eu encontrei como relaxar as angústias, como esquecer o mundo, ouvir meu corpo, sentir a música... Quando descobri que meus limites de movimento não eram os verdadeiros, quando comecei a explorar tudo o que poderia fazer e não sabia, eu disse adeus... Nunca fui muito fã de esportes, nunca fiz ballet. Queria fazer jazz ou sapateado, mas nunca cheguei perto de aprender os movimentos. Quando descobri a dança do ventre, me encontrei. Talvez porque aprendi a dança com seu verdadeiro propósito: Homenagear uma deusa, despertar a deusa que há em você, e não usar o corpo para seduzir por simplesmente conseguir deslocar mais os quadris do que numa outra dança qualquer. Hoje não posso voltar a dançar. Não há lugares (decentes) aqui onde estou. Não

A Lua...

Imagem
Era fim de tarde, durante aquela hora crepuscular em que o sol agoniza, luta e desafia a escuridão, mas não consegue vencer a força da noite. O azul do céu era denso, forte, mas ainda alaranjado com os gritos de sol. Na imensidão de cores, no mar azul-negro do céu, nuvens claras e sombreadas tomavam espaço, ganhavam formas curtas e esparsas, tilintando o véu com pontos claros no fim da tarde. O sol brilhava naquela água suspensa, destacava aquele acúmulo de gotículas, como uma pintura ilusionista, realçando o relevo, mas mascarando os limites. Não era o anoitecer mais belo. Era triste. As cores eram tristes. Os arranjos eram tristes. Os tons alternavam de azul para cinza e depois para ocre, numa constância nauseante e imutável. Mas ali, logo ali no horizonte, por trás de um filete grafite de nuvens, iluminava o céu a lua esplêndida. Diante de toda aquela natureza morta que tomava o céu da tarde, destacava-se ao longe, grande e majestosa, a lua. Era a luz. Era uma bola no