Você já analisou o Efeito Borboleta da sua vida?

Eu já.

Faço isso constantemente, mas ontem me peguei pensando exatamente como cada conexão na minha vida me trouxe aonde eu cheguei. Cada vez que um ciclo se encerra, a gente se pega pensando em como chegamos até ali e por que estamos ali. E dessa vez eu me peguei pensando em todas as conexões que me levaram a se formar acupunturista nesse fim de semana.

Há dois anos uma amiga querida, de Botucatu, me convidou a fazer o curso. Era um momento da minha vida que eu estava em desespero porque não queria mais ficar na área acadêmica e me sentia inútil para o mercado de trabalho. Minhas especializações como biomédica não eram relevantes para as vagas abertas e meu conhecimento laboratorial adquirido no doutorado não valia nada porque não tinha um carimbo na minha carteira de trabalho. Logo, eu me sentia estagnada. Mesmo formada em uma das melhores universidades para o meu curso no Brasil, eu me sentia inútil, com um diploma de que nada me valia e que, talvez, um emprego fora da minha área de trabalho realmente me desse um retorno financeiro consideravelmente maior do que um emprego como biomédica.

Pois bem, vi na Acupuntura a oportunidade de realizar um sonho que adquiri na graduação e uma oportunidade de autonomia e de trabalho que não enxergava com minha atual graduação e pós-graduação. Minha querida amiga, Luciana, me convidou para fazer o curso em Bauru, no CETN. Mas Bauru era muito fora de mão para mim e eu precisaria investir em estadia e pegar estradas mais perigosas todo fim de semana que houvesse curso, então busquei fazer o curso em Campinas. Lá, conheci pessoas maravilhosas. Amigas que levarei para a vida toda. Mestres excepcionais e pessoas com um senso de humanidade e amor incríveis. Pessoas afins, pessoas com os mesmos pensamentos, com quase os mesmos objetivos e que riam das mesmas piadas, das mesmas situações e dos mesmos venenos (hahaha). 

Mas a Lu, a Lu que começou tudo isso e talvez nem saiba, porque não fizemos o curso juntas, eu conheci graças a um estágio que eu fiz durante a graduação. E esse estágio, que poderia ter sido feito na universidade, foi feito em uma empresa porque minha tia conhecia os donos de um laboratório de Patologia em Botucatu e eles abriram as portas para mim. E minha tia conheceu essas pessoas há anos em Seattle, graças às conexões da ciência brasileira.

Eu, ainda, só fui para Botucatu porque entrei no curso de Ciências Biomoleculares e... - meu deus, que inferno na Terra foi estudar física de verdade hahahaha - ... e desisti do curso e optei para cursar biomedicina. Mirei em duas universidades: unesp e unifesp. Mas passei só na unesp e fui. E amei o curso, a cidade e as pessoas que lá conheci.

Porém, se eu não tivesse mirado errado e caído em São Carlos em 2007, eu não teria conhecido meu querido Gui, meu marido e companheiro de vida, porque foi graças aos amigos que fiz em 2007 que eu fui à formatura dos ex-companheiros de turma e reencontrei uma galera, me encantei pelo Gui e fui atrás dele até começarmos a namorar.

E se eu continuar buscando cada ponto de conexão que me levou até onde cheguei hoje, acharei uma rede de amigos extremamente complexa, mas que me coloca no centro de pessoas maravilhosas e queridas.

Você já parou para pensar em como tudo aconteceu na sua vida? Em como cada pessoa, mesmo que a passagem tenha sido rápida ou não aquilo que você gostaria que fosse, ajudou você a chegar onde chegou e conquistar o que conquistou?

Pois pensem. Pois cada pessoa vale a pena. Cada experiência que temos na vida, mesmo que pareça uma decepção, vale a pena. Porque a vida não é só feita de sucessos, e às vezes aquele momento de tristeza ou decepção é justamente o momento que mais te faz crescer e encontrar o caminho para as melhores realizações.

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