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Mostrando postagens de 2009

Porque sim não é resposta!

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Acho que toda criança que cresceu na mesma época que eu assistia ao “Castelo Rá-Tim-Bum”, já que o “Rá-Tim-Bum” só reprisava os episódios. Devo confessar que apesar da abertura fantástica do “Castelo...”, nada nunca me surpreendeu mais do que aquela engenhoca arcaica que iniciava o antigo “Rá-Tim-Bum”. Eu adorava a fuça daquele rato fazendo “tóin-tóin” quando ele saía da toca – aliás, eu gostava de tudo: Daquela bexiga que segurava uma bola de boliche, do trenzinho passeando, do macaco comendo a banana... Mas eu nasci numa época em que esse seriado estava com os dias contados e seria substituído por uma história com bruxas, “raios e trovões! – CABRUM”. Tá. Eu adorava aquela cobra cor-de-rosa metida e exibida que era a Celeste, adorava os irmãos gêmeos “Tíbio e Perônio” e cheguei até a comprar um livro deles que tinha um esqueleto humano com o nome de todos os ossos do corpo. Adorava o Bongô, não suportava a Caipora, e adorava a roupa do Etevaldo. Ansiava pelas partes extras do ratinho

Meu Natal

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Há alguns anos eu percebi que a magia do natal pra mim já não mais a mesma. Gosto de passar o dia com minha família, trocar presentes, comer a ceia, mas sempre que estou em algum lugar e começam a me dar “Feliz Natal, tudo de bom”, eu me pergunto se a dialética é verdadeira ou é aquela velha decoreba de “o que dizer em momentos como este”. Adoro dar presentes, e adoro receber, mas sempre gosto dos momentos que realmente são sinceros. Quando se torna um natal mecânico, eu desanimo e perde a graça. Penso que, no Natal, eu gostaria de rever todos os meus amigos que estão longe, que não vejo há anos, que já se foram... Para mim, é uma época triste, porque penso em tudo o que aconteceu durante aquele ano e eu deixei para trás. Tudo o que aconteceu de bom e de ruim passa pela minha mente, e eu tento não chorar, porque relembro como foi difícil sobreviver a mais um natal... Mas deixando a melancolia de lado, neste post queria dedicar um abraço especial para todos os amigos que não vejo há ano

Prisão a dois

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Não entendo até hoje como as pessoas acham que namoro é prisão. Na verdade, me espanta ver casais se tratando como propriedades um do outro e pedindo permissão pra viver, como se seu namorado(a) fosse seu dono de alguma forma. Nunca pensei assim em minha vida. Para mim, namoro sempre foi uma amizade plena e profunda, em que a confiança seria digna de não exigir itinerários, ou muito menos de pedir permissão para ter amigos ou respirar algum ar que não contenha o do companheiro misturado. Talvez seja esse o motivo pelo qual demorei tanto para encontrar uma pessoa que me completasse e pensasse como eu. Acho extremamente egoísta esse desejo de se achar no direito de controlar a vida do namorado. Acho ridículo ficar bravo porque o namorado se divertiu sem sua companhia. Peraí, eu não dou justificativas de onde vou e com quem vou nem pros meus pais, não peço permissão pra sair nem pros meus pais, e tenho que fazer o oposto com uma pessoa que me ama, e que eu também amo? Não, pra mim as cois

Sob asas...

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"Allégorie de soie” - Salvador Dali O céu azul chamava para o campo. O dia claro, belo e quente era um atrativo para a diversão. Como programara com minhas amigas, iríamos fazer trilhas pela mata até encontrar a bela cachoeira escondida entre as árvores. O pique me tirou da cama, e me apressei a me aprontar, tomar café e comer algo bem reforçado, para ter energias e resistir à longa caminhada. Encontrei minhas amigas em casa, fomos até a entrada da mata, e começamos a seguir o espaço de terra já traçado por outros em meio a tanto verde. Após minutos de caminhada, entramos em uma clareira. Era o meio do caminho. O sol estava a pino, e logo chegaríamos às águas. Já dava para ouvir o barulho da correnteza trombando contra as pedras, umedecendo o ar. Enquanto cruzávamos o clarão, uma linda borboleta passou sobre nós. Era enorme, de um tom azul brilhante que captava a visão. Meu pânico por bichinhos que quando você pisa, fazem “crack” não me deteve: Continuei o

Repressão

Não sei mais usar as palavras, Não sei mais controlar minha mente, Não sei mais conviver com o mundo. Cansei de ser crítica, Cansei de tentar ser sincera, Cansei de ser transparente. Cansei de sempre errar e repetir sempre os mesmos erros. Eu vejo meus passos errados, sei que são errados, mas sempre caio no mesmo caminho. Cansei. Preciso de ajuda, Porque eu sozinha já não sei mais cuidar de mim.

A Moça do Café

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Edward Hopper - Automat O sol já estava baixo a oeste, e a silhueta de uma jovem senhora ainda ocupava o mesmo lugar em uma cafeteria. Estava ali havia horas, e permanecia com a mesma expressão no rosto. As lágrimas tinham deixado um caminho brilhoso em sua pele e seus olhos estavam tão inchados e tristonhos que haviam deformado parcialmente a feição da mulher. Não bebia e nem comia nada. Apenas esquecera o olhar fixo na mesa e se perdera dentro de pensamentos. Muitos já haviam comentado sobre o que se passara com aquela infeliz. Eu olhava constantemente para aquela moça e me perguntava se realmente seria verdade o que diziam sobre ela. Ela, aparentemente, era quieta, fechada, mas doce. Conseguia misturar a tristeza e a alegria com um só gesto. Talvez essa dúvida e curiosidade tenham me deixado ali, sentado do outro lado da cafeteria, observando os poucos movimentos por ela feitos. Com o passar do dia, descobri que seu nome era Marta. Aliás, bastou-me as duas horas críticas daq

A Dança

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Se um dia me perguntarem o que mais me faz falta nessa vida de estudante, eu insistentemente responderei: A dança. Dentre tudo o que tive que abrir mão, dentre as distâncias que tive que suportar, a mais doída, a que não teve volta, foi a dança. Quando eu encontrei como relaxar as angústias, como esquecer o mundo, ouvir meu corpo, sentir a música... Quando descobri que meus limites de movimento não eram os verdadeiros, quando comecei a explorar tudo o que poderia fazer e não sabia, eu disse adeus... Nunca fui muito fã de esportes, nunca fiz ballet. Queria fazer jazz ou sapateado, mas nunca cheguei perto de aprender os movimentos. Quando descobri a dança do ventre, me encontrei. Talvez porque aprendi a dança com seu verdadeiro propósito: Homenagear uma deusa, despertar a deusa que há em você, e não usar o corpo para seduzir por simplesmente conseguir deslocar mais os quadris do que numa outra dança qualquer. Hoje não posso voltar a dançar. Não há lugares (decentes) aqui onde estou. Não

A Lua...

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Era fim de tarde, durante aquela hora crepuscular em que o sol agoniza, luta e desafia a escuridão, mas não consegue vencer a força da noite. O azul do céu era denso, forte, mas ainda alaranjado com os gritos de sol. Na imensidão de cores, no mar azul-negro do céu, nuvens claras e sombreadas tomavam espaço, ganhavam formas curtas e esparsas, tilintando o véu com pontos claros no fim da tarde. O sol brilhava naquela água suspensa, destacava aquele acúmulo de gotículas, como uma pintura ilusionista, realçando o relevo, mas mascarando os limites. Não era o anoitecer mais belo. Era triste. As cores eram tristes. Os arranjos eram tristes. Os tons alternavam de azul para cinza e depois para ocre, numa constância nauseante e imutável. Mas ali, logo ali no horizonte, por trás de um filete grafite de nuvens, iluminava o céu a lua esplêndida. Diante de toda aquela natureza morta que tomava o céu da tarde, destacava-se ao longe, grande e majestosa, a lua. Era a luz. Era uma bola no

Novos ares

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Dizem que amigos não se perde. Não é verdade. Eu sei que não é. As coisas não estavam b em. Eu podia sentir o ar pesado, massacrando meu corpo quando estava perto dela. Era como se uma força emanasse dela, em direção a mim, me impelindo para longe, bem distante. Eu já notara havia dia s, e queria saber o que acontecer a. N ão sou do tipo de homem que guarda para si todas as angústias e medos. Sempre fui aberto e consegui expor a todos o que sentia, e dizer a todos tudo o q ue me chateava. Sempre pareceu mais fácil manter uma relação assim. Com ela era tão fácil ser sincero. Era uma amiga verdadeira, pelo menos para mim. Me ajudava, e compreendia. Mas agora, estava distante. A distância me incomodava. Sempre penso que se uma pessoa mantem um raio de distância a mim, é porque a culpa é minha. E eu tinha que descobrir o que estava havendo. Não dava mais para esperar. “Está tudo bem com você? Você anda tão distante. Eu te fiz alguma coisa, magoei você de alguma forma?” “Está tudo bem”

O ladrão de Chocolates

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Era um almoço solitário. Eu havia ido ao restaurante sozinha, e não há nada mais triste do que almoçar sozinha – a gente pensa em tudo e nada ao mesmo tempo, gasta tempo demais pensando em baboseiras enquanto enfia garfadas de comida guela abaixo, até limpar todo o prato que antes estava cheio de cores. Comi. Bebi meu suco. Paguei minha conta, e como sobremesa, me dei um bombom “Alpino”, daqueles bem pequenos, mas gordinhos e macios, com o sabor único que o chocolate pode ter. Estava prestes a deixar o restaurante, com meu bombom em mãos, quando avisto um grupo de amigos almoçando em um outro canto do local. Fui convidada a me juntar a eles, e me juntei. Alguns já haviam acabado de comer, outros estavam nos momentos finais... Conversa vai, conversa vem, o papo deu uma trégua e eu me lembrei do bombom que ainda segurava. Feliz, descasquei aquela embalagem dourada com cuidado, como se de dentro dela fosse sair um bombom de ouro. Retirei o papel, e com todo cuidado de quem deseja degustar

Que paciência, que nada!

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Alguém já percebeu que toda vez que estamos estressados, prestes a matar um que atravesse aquela linha invisível que construímos quando estamos com raiva, pensamos em deus e pedimos paciência? Pois bem. Eu descobri que pedir paciência não é a melhor solução. Aliás, descobri que quanto menos a gente pede, melhor, porque a gente nunca gosta do que recebe em troca. Se pedimos paciência, ele manda um daqueles problemas (ou pessoas mesmo) bem encardidos pra testar você ao máximo – óbvio! Deus nunca dá nada de mão beijada, então ele não iria iluminar você, colocar aquela musiquinha “oohhhh” de fundo e falar “Pronto, meu filho, eu te concedo o dom da paciência”. E BUM! Você se torna paciente. Então, o que ele faz? Ele manda um problemão que, se você conseguir solucionar, vai ser porque teve paciência. Lindo, não é? Você já estava soltando fogo pela boca de nervoso, e chega mais um problema pra atazanar. Mas fazer o quê? Foi você que pediu... É como pedir força. A gente pede força e espera por

Gripe etílica, neurose suína

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Alguém já parou para pensar como esse novo vírus, que nem é tudo aquilo que todos esperavam que fosse, foi capaz de incorporar as normas básicas de higiene na população? Essa onde de globalização da doença está transformando a população em um bando de loucos por esterilização: A mídia manipula as informações que divulga, e o povo simplesmente se apavora. Essa onda de limpeza, pra mim, começou quando aquele infeliz difamador da classe dos biomédicos – o tal do “Dr. Bactéria” – começou a divulgar no fantástico que nem tudo é tão “limpinho” quanto parece. Começou a dizer que não pode lavar alface e guardá-la lavada, que tábua de carne e “mexedores” de madeira são um mundo de fungos e bactérias... E o povo começou a se desesperar, com medo da ameaça invisível e microscópica dos “germes”. O problema é que ninguém nunca parou para pensar em como isso SEMPRE esteve presente em nosso mundo e raramente nos afetou. Tudo bem, uma infecçãozinha gástrica ou uma virose de vez em quando são comuns, a

PALMITO!

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Há quem não acredite em telepatia. Eu mesma era bem assim, descrente dessa sandice toda de leitura mental. Acreditava em sintonia, mas nunca nessa história de que um fulano pode transmitir o pensamento pro ciclano. Pois bem, essa era eu. Descrente. E como todo descrente de qualquer coisa, sempre acontece algo extremamente bizarro que te faz enxergar aquilo que você não queria ver. Comigo, a culpa foi do palmito. Era um começo de manhã, acredito que por volta de 6h. Eu dormia esparramada em minha cama, sonhando com algo que realmente me fazia feliz e me deixava satisfeita no sonho, eis que... No meio do MEU sonho feliz, aparece minha mãe. – Sério, mãe sempre aparece pra acordar a gente na hora errada, mas dessa vez ela sequer teve o prazer de abrir minha porta: simplesmente entrou no meu sonho, fez com que o meu “background” evaporasse como fumaça no céu, e começou: “Helô, eu quero fazer uma torta amanhã e não sei do que faço...” Eu olhei pra ela, pensei e respondi “F

Esperanças

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Após uma longa ausência, enfim, consigo respirar ares que não remetem à livros. Essa é a vida dura de quem não programa tempo para blogs... rs Sinto uma sensação de alívio. E não é só pelas provas que se foram e pelo semestre que acabou - aos trancos e barrancos, mas acabou. Sinto alívio pelos novos rumos que minha vida terá de tomar daqui para frente. Nunca pensei que fosse passar por tanto sofrimento, tanta infelicidade e tanta injustiça em tão pouco tempo, mas a vida esperou que eu completasse meus 20 anos para começar a surpreender. E temos que erguer a cabeça e levar a vida para frente. Em dois anos, o mundo começou a desmoronar... Perdi tantas pessoas queridas, que cheguei a sentir um vazio que chamei, então, de saudades. Perdi esperanças de continuar, senti medo, achei que tivesse que abrir mão de tudo o que conquistei agora para conseguir sobreviver. Mas aquele ditado que todos usam para se confortar no momento de desespero me acalmou, justamente por me obriga

Quero adotar um cãozinho!

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Um de meus maiores desejos é poder um dia adotar um cãozinho desses de rua, cheio de carências, e transofrmar a vida desse bichinho, até que ele envelheça com um lar. Nada me corta mais o coração que ver cachorros abandonados, magricelas, procurando comida, procurando amor. E por mais estranho que possa parecer, sim, eu tenho mais dó de cachorros e gatos. O homem pega esses pobres bichinhos, não cuida adequadamente, deixa que procriem a torto e à direita, e depois despeja os filhotes em qualquer canto, ou doa os bichinhos a qualquer um. Esses pobres filhotes, então, passarão a viver nas ruas, mendigando água, restos de comida, mendigando carinho que ninguém dá, porque o bichinho está todo cheio de sarnas e fedido. Esses pobres animais vagam quilômetros e quilômetros, comendo lixo, bebendo água de poças, pegando doenças, e quase ninguém tem a coragem de ir lá e resgatar o pobrezinho. Nós, humanos, damos importância a animais de raça, pagamos por “pedigree” para termos um cachorro bonit

Por que etê, por que laranja

Um blog ainda cru. Mas um espaço que posso me livrar dos pensamentos que se acumulam em minha mente e me angustiam. Sinto que preciso dizê-los, mas nem sempre há quem os ouça. Para começar, nada melhor que explicar o porquê da vida ser laranja. Há três anos, numa madrugada de junho, eu e minha melhor amiga "virtual" conversávamos sobre como pensávamos diferente da maioria das pessoas, como nossos gostos eram distintos do povo "dessa terra". Surgiu então a grande brincadeira de sermos etês, de não sermos da Terra e estarmos aqui vagueando à procura de... alguma coisa. E para nos diferenciar, nos nomeamos de acordo com nossas cores preferidas. Prazer, Etê Laranja.